Edifício de Cadeiras Gerais da faculdade de engenharia da UEM

No início da sua fundação em 1962, a Faculdade de Engenharia da UEM só ministrava 4 cursos nomeadamente: Engenharia Civil, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Mecânica e Engenharia Química. E tinham duração de 6 anos, sendo que primeiros 3 anos virados para matérias gerais-básicas (matemática, física, oficinas e similares) e os últimos 3 anos, para disciplinas específicas de curso de Engenharia, incluindo disciplinas de gestão e as disciplinas eram tipicamente anuais. Nesta época, Moçambique não dispunha de docentes qualificados para leccionar ensino superior, então os docentes eram todos estrangeiros vindo da Rússia, Espanha e Cuba. Todos estudantes de engenharia eram de sexo Masculino, diferentemente dos tempos actuais que encontramos mulheres a cursar diferentes áreas na faculdade de engenharia da UEM. 

Em 1970 a duração do curso foi encurtada para 5 anos, com os dois primeiros anos virados para matérias gerais- básicas. As horas de ensino foram estendidas e as disciplinas eram tipicamente semestrais. Dois novos cursos foram introduzidos em 1970, curso de Engenharia de Minas e Curso de Engenharia Metalúrgica. Estes novos cursos não duraram muito vistos serem de longa duração (5 e 8 anos respectivamente). Mais tarde foram introduzidos mais quatro (4) cursos totalizando, actualmente, sete (7) no conjunto dos seus Departamentos, nomeadamente: Da divisão da Engenharia Electrotécnica surgiram cursos de Engenharia eléctrica e Engenharia Electrónica, Engenharia Informática, Engenharia do Ambiente e Engenharia de Gestão Industrial.

Faculdade de Engenharia da UEM é a mais Difícil?

Cursos de Engenharia são por natureza difíceis, são considerados os mais exigentes, ultrapassando até o curso de Medicina.

A UEM foi a primeira instituição a ministrar cursos de Engenharia e a primeira instituição de ensino superior no País. Obviamente que todo estudante se formava na UEM e o clima tenso de um curso de engenharia só era sentido por esta pequena comunidade de estudantes e era espalhado por todo canto do país que estudar na UEM é difícil, sobretudo na faculdade de engenharia.

É importante comparar a época passada na década da sua fundação até os dias actuais muita coisa mudou, desde os docentes ao plano de ensino, algo que de alguma forma alterou certos pontos de formação.

Hoje, existem muitas instituições de ensino superior ministrando diversos cursos, incluindo engenharias, com mesma natureza que qualquer outro curso de engenharia da UEM e outras instituições nacionais e internacionais. Mas nem todas carregam uma qualidade de ensino virtuoso, e a UEM continua sendo a universidade do país que forma os melhores engenheiros, de acordo com estatísticas que apontam graduados da UEM como sendo os melhores que cumprem os requisitos no mercado de trabalho. Todos docentes da faculdade de engenharia da UEM são formados pela própria instituição, exceptuando alguns estrangeiros (Russos, Espanhóis e Cubanos) que continuam leccionando na UEM e alguns outros formados no estrangeiro na década de 70, 80 e 90.

Não está a se rebaixar outras instituições, mas é sabido que muitas instituições moçambicanas ainda não reúnem corpo docente qualificado em termos de formação académica e também muitas instituições (principalmente privadas) facilitam muito para seus estudantes. E alguns estudantes mal formados tornar-se-ão docentes destas mesmas instituições, criando assim uma geração de formandos sem qualificações desejáveis.