Não se ensina filosofia; ensina-se a filosofar.
Immanuel Kant

O sentido da palavra filosofia varia de acordo a finalidade do seu uso. Fala-se, por exemplo, que Fulano tem uma excelente “filosofia” de trabalho; que a vovó tem uma “filosofia” de vida formidável; e até mesmo que determinado técnico de futebol vai imprimir uma nova “filosofia” ao time. Em todos esses casos, parece que “filosofia” tem a ver com uma concepção, e pois com um “saber”, de como o trabalho, a vida ou o time de futebol devem ser dirigidos: há um “saber de direção” envolvido nessas filosofias. A Filosofia também enquadra se nos conhecimentos etnicos, e aqui parece que filosofia já tem um sentido mais técnico, de sistematização de pensamentos especulativos ou de reflexões morais.

Mas em todos esses casos de diferentes finalidades no uso da palavra “filosofia”, nota-se que há algo em comum em todos casos, que é o “saber”. E não é um saber qualquer: não é, por exemplo, um “saber que o fogo queima”, ou um “saber nadar”, ou um “saber plantar”, ou um “saber fazer vestidos”, por mais úteis e até mesmo indispensáveis que sejam todos esses tipos de saber. “Filosofia” tem haver com um saber mais relevante, relativo as coisas fundamentais, podendo ser menos directamente úteis.

A Filosofia como uma disciplica acadêmica está estrito para outros sentidos de concepção, como a da vida da vovó ou estudo de etnias de povos.

Definição

Filosofia é uma palavra de origem grega (philos = amigo; sophia = sabedoria) e em seu sentido estrito designa um tipo de especulação que se originou e atingiu o apogeu entre os antigos gregos, e que teve continuidade com os povos culturalmente dominados por eles: grosso modo, os povos ocidentais.

Não há uma definição unificada para Filosofia. Se perguntarmos a dez físicos “o que é a física?”, eles responderão, provavelmente, de maneira parecida. O mesmo se passará, provavelmente, se perguntarmos a dez químicos “o que é a química?”. Mas, se perguntarmos a dez filósofos, “o que é a filosofia”, uns ficarão em silêncio, outros darão respostas pela tangente, e ainda outros darão respostas tão desencontradas que só mesmo outro filósofo para entender que o silêncio de uns e as respostas dos outros são todas abordagens possíveis à questão proposta.

Para que Serve

A compreensão da filosofia como ciência é complexa. Uma das belezas que nos revela a análise etimológica da palavra filosofia é a modéstia com que o filósofo se apresenta: ele não é um sábio, ele é “amante da sabedoria”. A filosofia não é tanto um saber como uma actividade: a da busca, a do cultivo do saber. É uma mistura do enigmático e fundamentalismo.

Quando se examina a história das civilizações, até um passado muito recente, um aspecto que chama a atenção é o dinamismo das sociedades ocidentais, em comparação com as orientais. A civilização ocidental não só elaborou as teorias físicas que resultaram na tecnologia moderna, mas também todas as grandes teorias no campo da biologia, da psicologia, da política, da economia etc. que revolucionaram a visão tradicional sobre os homens e suas instituições. Com seus méritos e desméritos, vantagens e desvantagens, todo esse dinamismo tem a ver com o tipo de pensamento desenvolvido no Ocidente, isto é, com a filosofia.